segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A Unimed-BH e a "farra da UTL"

A "farra da UTL" é como tem sido denominado pelos convênios e planos de saúde a difusão da ureterolitotripsia transureteroscópica (UTL), que é a intervensão endoscópica para extração de cálculos ureterais realizada pelos urologistas na vigência de uma cólica ureteral. Este procedimento ganhou incremento a partir do avanço tecnológico que disponibilizou instrumentais endoscópicos delicados que permitiram resolver de maneira minimamente invasiva a dor intensa causada por uma pedra parada no trajeto ureteral. Este problema, que anteriormente exigia uma cirurgia aberta para sua resolução, passou então a ser resolvido de maneira mais simples e com menor morbidade para o paciente, representando menos sofrimento, menor inatividade e pequeno potencial de complicações. No entanto, como era de se esperar, ocorreu um incremento de suas indicações. Motivado pelo alto índice de resolutibilidade e satisfação, os urologistas passaram a realizar este procedimento em casos menos graves, onde anteriormente se protelaria mais para se realizar um procedimento cirúrgico mais complexo. Como os cálculos ureterais naturalmente são eliminados espontâneamente em uma grande parcela de casos, após um período de tempo muitos casos não necessitam de tratamento. No entanto, este tempo para sua eliminação varia de 7 a 30 dias, e só mesmo quem já teve uma cólica renal para saber do sofrimento que representa apenas um minuto de dor. Daí a ter que esperar até 30 dias, em uso de medicamentos, em idas ao Pronto Socorro, em inatividade, em risco de complicações... Em relação aos convênios e particularmente à Unimed-BH, a grande questão é que esta prática gera mais "sinistros" e maior despesa. Os urologistas passaram agora a serem vistos como "maus cooperados"ou prestadores que geram muitos procedimentos. O resultado é um confronto de interesses que vem motivando a adoção pela Unimed-BH de uma série de medidas que visam reduzir a realização da UTL, ou reduzir principalmente os custos com a realização deste procedimento. A primeira delas é autorizar o procedimento limitando o uso de instrumental/ materiais descartáveis, permitir a realização apenas em caráter ambulatorial ou hospital-dia, o que também reduz os honorários médicos e dificultar ao máximo a autorização do procedimento principalmente na urgência. Estas medidas econômicas passaram a ser os direcionadores da prática médica no tratamento de cálculos, relegando a um segundo plano as necessidades dos pacientes e interferindo profundamente na relação médico-paciente. A evolução tecnológica que trouxe alívio para um sofrimento grande, como é a cólica renal, passou a ser combatida pelos gerenciadores de saúde suplementar como uma prática que deve ser desestimulada.
Foi aberta a temporada de caça aos urologistas.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A Unimed-BH e a cirurgia laparoscópica Urológica

Um dos principais entraves ao desenvolvimento da cirurgia laparoscópica em Belo Horizonte é a posição impeditiva da Unimed-BH. Sendo hoje um dos principais gestores da saúde suplementar na cidade a Unimed BH tem adotado estratégias que visam inibir a realização deste procedimentos que utilizam novas tecnologias e consequentemente geram custo suplementar para sua realização. Em relação à cirurgia laparoscópica Urológica a posição da Unimed-BH é dificultar a utilização desta técnica por desestimular o honorário médico e a utilização de materiais específicos. Por exemplo é incompreensível a postura de se liberar apenas 3 unidades de clipes Hem-o-lock necessários para realização de nefrectomia laproscópica uma vez que cada cartucho contém 6 unidades e não se pode reesterilizar este tipo de material. Consequentemente gera-se um impasse uma vez que o hospital recebe apenas a metade do valor do produto obtendo prejuízo financeiro toda vez que é solicitado o material. Assim apesar de "autorizado" o material pela Unimed-BH o mesmo não é autorizado pelo Hospital criando um impasse para sua utilização. Outra situação pouco compreensível é o honorário médico ser menor para a realização de cirurgia laparoscópica em relação à mesma cirurgia por via aberta, como no caso da prostatectomia radical. Esta postura demonstra claramente a posição do convênio em "penalisar" o profissional que propõe um procedimento que gera mais custo para o convênio sendo assim a diferença "descontada" no seu honorário. Estas estratégias demonstram claramente a posição contrária da Unimed-BH em relação ao crescimento da cirurgia laparoscópica urológica em Belo Horizonte e deixam os médicos de "mãos amarradas" uma vez que não há como questionar a posição do convênio perante os pacientes e à justiça pois aparentemente o convênio autoriza o procedimento. Foi tentado algumas negociações com a Unimed-BH por parte dos médicos porèm dois anos após a incorporação dos procedimentos a situação continua a mesma.

Reimplante uretero-vesical laparoscópico (Dr Rodrigo Quintela)

Reuniões mensais grupo de discussão sobre intervensões minimamente invasivas

Está acontecendo na primeira quarta-feira do mês na Associação Médica de Minas Gerais (Av João Pinheiro, centro, Belo Horizonte) a reunião do grupo de discussão sobre intervenções minimamente invasivas.
A próxima reunião acontecerá no dia 02/12/2009 as 19:30 e o tema será:
COMPLICAÇÕES EM LAPAROSCOPIA UROLÓGICA
Esperamos todos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Prostatectomia radical laparoscópica- Preservação de nervos / Dr Rodrigo Quintela

OBJETIVO DO BLOG

O avanço da cirurgia minimamente invasiva tem causado uma verdadeira revolução no ato médico. No campo da Urologia o crescente avanço nas áreas de laparoscopia urológica e da endourologia cada vez mais substitui as intervenções cirúrgicas por procedimentos minimamente invasivos. Os procedimentos minimamente invasivos oferecem um benefício para os pacientes em termos de morbidade porém exigem dos profissionais um reaprendizado constante em termos de técnicas e utilização de tecnologia especializada. Esta revolução nos procedimentos médicos afetam também as relações entre os especialistas e os gestores de produção (hospitais, convênios, seguradoras, indústria de equipamentos) gerando conflitos em relação a aplicação, indicação e benefício deste novos procedimentos.
O objetivo deste blog é ampliar a discussão sobre a realização dos procedimentos minimamente invasivos em urologia e em outras área cirúrgicas e levantar os problemas enfrentados pelos profissionais no exercício destes procedimentos em relação às dificuldades técnicas, administrativas e humanas.
BENVINDOS!