sábado, 5 de dezembro de 2009

Invasão Mínima em Psiquiatria

Considerando este espaço de discussão sobre procedimentos minimamente invasivos, gostaria de registrar aqui como vejo um link com uma prática psiquiátrica que poderíamos chamar de minimalista, assim como se fala de música minimalista.
E isto porque me parece bastante promissor pensarmos esta ética de um proceder invadindo o mínimo necessário, como uma ética que representa respeito pelo outro a ser invadido, e, de forma mais evidente na psiquiatria, também de tolerância.
E qual seria a invasão própria da prática psiquiátrica, uma vez que na cirúrgica isto está bem mais evidente?
Seria a invasão da liberdade do outro, quando muitas vezes, de modo até bem frequente em psiquiatria, somos chamados para invadir o espaço de liberdade do outro, em circunstâncias de adoecimento, sobretudo nos casos mais graves que apresentam riscos mais evidentes, fazendo-se necessário submetê-lo a tratamento enquanto é tempo.
E mesmo nestes casos é importante, ao mesmo tempo não recuarmos diante da intervenção necessária, mas estarmos regidos por esta ética da invasão mínima, pretendendo sempre causar o mínimo constrangimento, apenas o estritamente necessário para preservar e ampliar as possibilidades do paciente seguir em frente, voltando o mais rápido possível, a conduzir sua própria vida.
Neste sentido é que existe um amplo movimento de reforma da psiquiatria, buscando reduzir cada vez mais os períodos de internação, buscando a opção pelo tratamento em regime aberto ou semi-aberto, sempre que possível.
Portanto, quero reconhecer aqui, a proposta da Reforma Psiquiátrica, asim como todo o movimento pelo parto normal e natural, como pertinentes a esta lógica que poderíamos chamar de medicina responsavelmente minimalista.

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